Estacionamento do prédio foi interditado depois de alagamento. Advogado da construtora alega que foi feita vistoria e não há falha técnica ou estrutural.
O subsolo de um prédio foi interditado após alagar, o piso levantar e rachaduras aparecerem no estacionamento. O edifício localizado em São Vicente, no litoral de São Paulo, continua jorrando lama e água mesmo dias após as chuvas que atingiram região. Moradores temem que o chão ceda no local, após a morte de um idoso na casa de repouso que fica ao lado, onde uma cratera de três metros abriu.
Em entrevista ao G1 nesta quinta-feira (12), moradores alegaram sentir medo depois do que aconteceu no prédio ao lado. Para a nutricionista Tassiana Trindade, de 28 anos, o problema precisa ser discutido antes que algo pior aconteça. “O que aconteceu com o idoso foi um alerta. Não é o primeiro problema aqui, então queremos que algo seja feito”, ressalta a nutricionista. Ela conta que problemas na estrutura já foram vistos e discutidos entre o condomínio. Além deste problema, o prejuízo foi grande depois do alagamento no subsolo.
“Em fevereiro, com o primeiro temporal, salvei meu carro, mas foi por pouco. Entrei com a água no joelho, tirei, e ainda tive uma despesa muito grande para arrumar. Neste último dia de chuvas, algumas pessoas não tiveram a mesma sorte”, declarou Tassiana.
De acordo com o relato dos moradores, a água subiu a três metros no local. Depois de dias, lama e a areia permanecem no chão e nas paredes do estacionamento do prédio. Além disso, parte do piso levantou, deixando estufado no meio do andar. Rachaduras no solo e uma moto coberta de lama também foram consequências das chuvas.
Depois do temporal, os elevadores também foram atingidos. A água invadiu e deixou todos os equipamentos sem funcionar. “Moradores idosos precisam subir vários lances de escada para chegar em casa. Nós precisamos tirar dinheiro do nosso caixa para arrumar um dos elevadores e melhorar a situação”, diz a nutricionista.
Apesar da situação, os problemas com o prédio acontecem desde quando foi inaugurado, no final de 2016. O condomínio vinha com uma ação contra a construtora desde abril de 2019, depois se questões envolvendo o subsolo. De acordo com o advogado do condomínio, Allan Cristian Silva, eles já tinham sido alertados, mas o caso foi agravado pelas chuvas do dia dez de fevereiro e três de março.
“A situação acarretou um prejuízo ainda maior ao próprio edifício e aos moradores”, explica o advogado. Dentre os problemas anteriores, ele ainda cita problemas na construção e a abertura de um buraco na frente da casa de repouso ao lado, que aconteceu meses antes da tempestade.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura de São Vicente que, por meio da Secretaria de Obras Particulares (Seob), informa ainda aguardar um laudo de inspeção predial do empreendimento citado. Por meio deste documento, um profissional contratado pelo próprio condomínio vai verificar e atestar as condições de segurança e estabilidade da edificação.
Ainda de acordo com a administração municipal, a não apresentação deste laudo implica em multa. Uma equipe da Defesa Civil esteve no local nesta quarta-feira (11) e elaborou relatório sobre as atuais condições do imóvel, que será anexado ao processo.
O que a construtora fala
O advogado da construtora diz que toda construção foi feita de acordo com as normas técnicas, com materiais de ponta, absolutamente aprovados pela prefeitura e que, até agora, todos os estudos técnicos – periciais, já realocados, não demonstram outra motivação senão o excesso de chuva. Ele afirma que não existe falha técnica, nem estrutural.
Ele ainda afirma que a construtora contratou uma equipe de peritos e engenheiros para avaliar o prédio e garantir a segurança de moradores. De acordo com ele, todos os sistemas de drenagem para evitar problemas são utilizadas pelo edifício.
Fonte: G1
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