Identidade do doente deve ser preservada, mas ação de bloqueio precisa ocorrer no condomínio
O surto de sarampo no estado de São Paulo já atingiu 2.753 pessoas de janeiro a agosto deste ano. Segundo estudos, uma pessoa pode transmitir a doença para, em média, 18 outras pessoas. Ou seja, um condômino pode infectar todo o seu andar no prédio.
O infectologista Munir Aiub afirma que a principal medida para evitar que o sarampo se propague em um condomínio é a realização de bloqueio. Essa ação é desenvolvida pela própria Secretaria da Saúde mediante notificação de suspeita da doença.
“Se todas as pessoas estivessem vacinadas, certamente o surto de sarampo não seria grande”, diz.
No prédio administrado pela síndica Maria Zilda Barbosa, 52 anos, foram registrados dois casos de sarampo. No primeiro, a secretaria realizou uma ação de bloqueio de quatro horas. Já no segundo, notificado duas semanas após a ação, foram enviados panfletos e recomendações de UBSs aos moradores.
“A ação ajudou a entender o que estava acontecendo. Tinha muita gente que não queria tomar a vacina e, depois de conversar, acabou tomando”, conta a síndica.
Outras medidas preventivas que podem ser realizadas pelo condomínio é a limpeza frequente das áreas comuns e ventilação de ambientes fechados, diz o advogado especialista em condomínios Amilton Saraiva. “Na ocorrência de um caso da doença, é muito importante que o síndico comunique os outros moradores, sem causar pânico e sem identificar o condomínio infectado”, diz.
Saraiva também afirma que o condomínio disponibilize vaporizadores e álcool gel em todas as áreas para os moradores.
Ação de bloqueio em condomínios
Devem ser realizadas mediante qualquer suspeita de sarampo notificada
Deve acontecer no máximo três dias após a notificação
Essa notificação é realizada pelo médico do paciente
Todos devem tomar a vacina durante a ação, independentemente da idade ou da quantidade de doses já tomada
O dia e horário da ação é definido pela própria secretaria
Como prevenir que o sarampo se espalhe entre moradores
Condomínio deve criar uma rotina de higienização Higienizar áreas comuns de duas a três vezes por dia
Disponibilizar álcool gel e vaporizadores em áreas comuns Manter as áreas o mais arejadas possível
Divulgar o endereço das UBSs mais próximas nos quadros de aviso e no elevador
Realizar uma campanha interna para que todos os moradores se vacinem
Informações importantes
Um morador com sarampo não pode ser impedido de utilizar as áreas comuns do condomínio
Ações de bloqueio são a principal medida contra o sarampo
O sarampo demora 14 dias para se manifestar
A vacina começa a fazer efeito após 10 dias
Em média, uma pessoa com sarampo pode transmitir a doença para 18 outras pessoas
Fonte: Amilton Saraiva, especialista em condomínios da GS Terceirização, Munir Aiub, infectologista e consultor Sociedade Brasileira de Infectologi.
Por: Mariangela Castro - agora.folha.uol.com.br
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